31 janeiro 2007

O café e os austríacos

por Guido Bruck

Quem já visitou Viena, com certeza, lembra dos agradáveis e bonitos Cafés onde se pode fugir do corre-corre diário, tomar um café e ler um jornal sem pressa. Desculpe-me, não é só um cafezinho, há muitas variedades de café para pedir. Não só existe um expresso, estilo italiano, ou um café com leite. Mas é melhor aprender o vocabulário sobre o café antes de entrar num “Café”.
Pois bem, o austríaco toma Kaffee (café) no Café (sala de café). Primeiro, temos que mencionar o Brauner, que é café preto com leite (pode ser numa xícara pequena ou grande). Também se pode pedir a Kaisermelange (café com gema de ovo, mel e conhaque) e o Franciscano (café prolongado com leite quente e nata). Mas é melhor que entre no salão de café e experimente.
Sabia que o café é a bebida mais consumida dos austríacos seguido da cerveja?
A bebida chegou durante a ultima ocupação de Viena pelos Turcos no ano 1683. O ucraniano Franz Georg Kolschitzy encontrou os grãos de café nas tendas deixadas depois da fuga e experimentou abrindo logo o primeiro café em Viena.
Se quiser saber mais sobre o café, eu aconselho que visite a página do Café Sperl na Internet:
http://www.cafesperl.at/index_fla.htm. Lá tem até um trailer e um léxico sobre os cafés.
E quando viajar a Viena visite os famosos Cafés como o Sacher, O Demel, o Landmann na Ringstrasse ou o Café Zentral na Herrengasse.
Também existem Cafés onde você pode ouvir musica de piano, os famosos Konzertcafés, que atuam de tarde como o Café Bräunerhof, café Landmann.
E afinal, se ainda restar ainda tempo, visite o museu do café: o
Kaffeemusuem.

25 janeiro 2007

Não se pode vencer o tempo

por Martin Uhlir

Finalmente nevou e as montanhas estão brancas. Mas a neve chega três dias tarde demais para salvar um dos eventos mais importantes do inverno austríaco: a descida de Hahnenkamm, em Kitzbühl.

Para poder esquiar, foram transportados 6000 m3 de neve da montanha mais alta da Áustria, do Großglockner (3.798m ), para as descidas de Hahnenkamm em Kitzbühl. Foram gastos 350 000 euros para preparar as pistas ainda verdes. Ainda na quinta-feira passada a descida foi autorizada e os responsáveis pensavam que o esforço valeria a pena. Isso foi antes do furacão Kyrill.

A combinação do vento e da temperatura tornaram o inverno extremamente quente fazendo com que a neve derretesse 30 centímetros em 36 horas. Normalmente demoraria seis semanas na primavera para derreter essa quantidade de neve. Com 30 centímetros de neve a menos não é mais possível acontecer a corrida.

Depois de ter movido montanhas (de neve) e ter visto o vento destruir a obra, o responsável pela corrida de esqui chegou à dura conclusão: “Não se pode vencer o tempo”.
O mito da descida de Hahnenkamm em Kitzbühl

Tudo começou em 1931 quando a primeira corrida internacional de esqui aconteceu em Kitzbühl.
Mas somente por causa dos grandes esquiadores autríacos que ganharam na pista de Hahnenkamm, é que obteve um status particular. Com esta descida, associam-se esquiadores inesquecíveis como Franz Klammer, Karl Schranz, Toni Sailer, Hermann Maier e Stephan Eberharter. A descida clássica tem uma extensão de 3.312 metros. O recorde de 1:51,58 foi conseguido por Fritz Strobl em 1997.
A velocidade máxima nessa descida pode atingir 150 km/h e a velocidade média dos vencedores supera os 100 km/h.
Mas não somente as vitórias esportivas são inesquecíveis, mas também as festas de Kitzbühl. Críticos lamentam que hoje em dia as festas e o sucesso econômico sejam mais importantes que o esporte em si.

Hans Donner - "O Brasil virou meu paraíso de design e de viver"

por Nikola Weiser


Durante a minha estada no Rio de Janeiro, tive a oportunidade de conhecer Hans Donner, o austríaco mais famoso do Brasil. Ele foi o pioneiro da animação gráfica na televisão e desde há 30 anos trabalha na Rede Globo, a quarta maior emissora de televisão do mundo.

Hans Donner nasceu em Wuppertal-Elberfeld em 1948 e mais tarde viveu no Lago de Constança. Depois de ter terminado os seus estudos na Escola Técnica de Design Gráfico (Höheren Graphischen Bundeslehr- und Versuchsanstalt) em Viena, viajou para o Rio de Janeiro sem falar português em busca de um emprego. Não foi fácil e Hans ficou sem sucesso por muitos dias. Finalmente, depois de semanas, com dúvidas e complicações, conseguiu um emprego na empresa Rede Globo, a maior emissora de televisão do Brasil.
Durante uma viagem de avião, ele criou o famoso logotipo da Rede Globo. “Foi num guardanapo da companhia aérea, guardado até hoje, que nasceu a marca da Globo,” conta no seu livro Hans Donner e seu universo.

O campo de interesse de Hans Donner é nas técnicas de efeitos especiais produzidas em filme. A sua criatividade inovadora e o equipamento técnico importado de vários países geravam as animações tridimensionais mais incríveis para aquela época. Hans Donner é o responsável pelas vinhetas e peças de abertura de inúmeros programas da Rede Globo.

A televisão, porém, não é a única área em que Hans Donner demostra o seu talento. Ele também é criador de vários objetos de arquitetura e de arte. A sua criação preferida é o relógio Time Dimension. Antigamente ele o chamava o seu “filhote favorito”.
Mas isso mudou com o nascimento dos seus dois filhos. A sua esposa é a famosa sambista Valéria Valenssa também conhecida como Globeleza. Ele ainda mora no Rio de Janeiro com a sua família. “O amor de Hans pelo Brasil é maior do que o de muitos brasileiros e brasileiras,” disse a um amigo. E, foi nesse contexto, que Hans afirmou: “O Brasil virou meu paraíso de design e de viver.”

Mais detalhes nos sites:

http://www.hansdonner.com/
http://www.hdsign.com.br/
http://redeglobo.globo.com/

21 janeiro 2007

O Jovem Austríaco! O Jovem Brasileiro!

por Csilla Banfoldy


Não posso deixar de comparar meu país natal, Brasil, com o meu país, Áustria, onde vivo. Sou uma jovem brasileiro-austríaca e acompanho o jovem brasileiro, através dos meus primos.
Fico alegre por tantas oportunidades, que a Áustria oferece ao jovem, para estudar, especializar-se e todo o suporte recebido pelo governo. Existem tantos projetos, bolsas de estudo, intercâmbio entre universidades, etc... que infelizmente o jovem brasileiro no Brasil, não tem acesso. E os poucos que existem são tão burocráticos e morosos, que por uma ou outra razão, acabam não acontecendo; e quando muito os alunos mais privilegiados, são os contemplados.
Mas o que mais admiro no sistema austríaco, voltado ao jovem, é a oportunidade de escolha entre serviço militar e serviço civil. O serviço militar, no Brasil e na Áustria, é obrigatório; e prepara o jovem para defender a Pátria.
O serviço civil é opcional. Caso o jovem não queira prestar o serviço militar, tem a opção de o serviço social, contribuindo para a sociedade, da qual faz parte; a oportunidade de sensibilizar-se pelo próximo, seja um velhinho ou um deficiente físico.
O jovem vive uma experiência impar, que fará parte da construção de seu caráter; fazendo-o sair do egoísmo “tão natural” da idade. Faz com que ele saia da “ociosidade” e se preocupe, “goste ou não goste”, com o outro. A única falha que vejo neste projeto é o fato de não estender-se às jovens também. Aí ponho a imaginar-me: no Brasil; um país de jovens, onde se tem tantos problemas sociais de um lado, e de outro lado os jovens, as vezes, tão ociosos e sem terem o que fazer, o quanto não poderiam contribuir por um Brasil melhor e uma sociedade mais sadia.
Fica aqui a pergunta: quando os governantes descobrirão essa força motora tão importante e irão aproveitá-la???